A Nova Microsoft
A Microsoft, desde que Satya Nadella assumiu o cargo de diretor executivo da empresa em fevereiro de 2014, veio implementando importantes mudanças na visão da Microsoft e na meneira como ela se relaciona com o mundo Open Source. Tá certo que em 2012, dois anos antes de Satya assumir o cargo, a Microsoft assumia a 17° posição de empresas contribuidoras com código para o Linux, de acordo com o relatório anual de desenvolvimento da Linux Foundation daquele ano. Mas, o que está por trás desse interesse da Microsoft, representando uma mudança radical na gigante de Redmond?
Basicamente lucrar com novas possibilidades que a revolução digital e softwares livres trazem, sem querer aprofundar muito no assunto, pois não é o principal foco do artigo, a Microsoft percebeu que ela precisava mudar paradigmas dentro da empresa, assim como algumas outras gigantes fizeram em sua história, como a IBM que mudou drasticamente o foco do negócio, na década de 90, quando viu seu negócio perder terreno para a própria Microsoft, o mercado de PCs foi ganho pela Microsft, nos últimos anos, porém o mercado mobile ganhou muito espaço e a Microsoft se tornou uma gigante estagnada, altos rendimentos mas pouca inovação, a gigante de Redmont então, resolveu mudar os rumos da empresa, investiu na prata da casa, Satya Nadella que comanda uma verdadeira revolução dentro da empresa, se tornando um dos CEOs mais valiosos do mercado, valorizando muito as ações da Microsoft, o que nos traz diretamente ao ponto deste artigo.
A microsoft nos últimos anos tem dados importantes passos em direção a comunidade Open Source:
- abertura de parte do código .Net para que ele rode no Linux e OS X - Há quatro anos e meio atrás
- se tornar membro Platinum no Linux Foundation
- lançar uma distribuição Linux para rodar no Azure - Não lançou essa distribuição para o mercado mas foi anunciado oficialmente que ele roda nos servidores Microsoft.
- Ingresso no OIN (Open Invention Network) - Levando mais de 60.000 patentes para o consórcio.
- Compra do GitHub - Essa foi um pouco polêmica, gerou um pouco de protesto na comunidade mas até o momento, nada mudou significantemente na plataforma, mas a comunidade, sempre olha para empresas como a Microsoft com olhar de desconfiança.
Visual Studio Code
Junto com esses anúncios, mais precisamente junto com a abertura do código fonte do .NET há um pouco mais de 4 anos atrás ela também anunciou a disponibilização do Visual Studio 2013, reafirmando assim seu compromisso com a comunidade Open Source, fato é que a Microsoft está de olho no grande mercado que é a nuvem, com o Azure e utilizando todos os seus produtos para trazer os desenvolvedores e os seus projetos para seu ecosistema, isso também inclui o crescente mercado IoT, mobile e startups com seus produtos revolucionários, a Microsoft não poderia ficar fora dessa.
Reafirmando essa estratégia de se aproximar de outras plataformas e com a comunidade Open Source, a Microsoft lançou no final do mesmo ano o Visual Studio Code para Windows, Mac e Linux, um editor de código, em um mercado em que haviam concorrentes de peso e com forte apelo na comunidade, como Sublime Text e Atom, este último, totalmente gratuito assim como o Visual Studio, com instaladores .DEB, RPM e instalação de MAC. É, a Microsoft estava realmente mudada, um editor leve, com compatibilidade nativa com o Git, muitas extensões e com código disponível no GitHub para realizarmos forks, contribuições, analisarmos o código e com licença do MIT, começou rapidamente a fazer sucesso na comunidade e quem diria, é o preferido de muitos devs por aí. Mas aí é que surge um ponto que deixa todo o purista de código aberto de cabelo em pé! (eeee Microsoft, dando com uma mão e tirando com a outra né? Não perde essa mania… hehehe). Brincadeiras a parte, o que acontece de fato com a licença?
O Visual Studio é desenvolvido pela Microsoft e seu código-fonte é hospedado no GitHub sob a licença do MIT, porém, os arquivos de instalação não.
Exatamente, o código é aberto mas os instaladores não, o que significa que quando você realiza o download do instalador, você clona um repositório e esse repositório vem com personalisações da Microsoft, que são feitas no arquiuvo product.json
, o que inclui, logos, telemetria, galeria entre outras coisas. Na prática, a Mircrosoft está coletando seus dados, e tem duas fontes que nos comprovam isso. A licença do vs code, cuja a cláusula de dados eu deixarei abaixo:
E o mantenedor da Microsoft explicando a opção da Microsoft em disponibilizar os instaladores dessa forma:
Tudo bem, você pode desativar esta opção. Mas você confia que seus dados não serão coletados?
VSCoodium a solução
A solução para os puristas do código aberto e aqueles preocupados com a coleta de dados veio da comunidade. Pois como o texto acima informa, quando você realiza uma fork do software e a compila, você cria uma versão deste software sob a licença MIT. Logo, se você, caro leitor, quiser fazer uma fork e compilar o sistema, você terá uma versão sua do VSCode e o melhor é que ela irá possuir todo o suporte da Microsoft, isso inclui extensões, e novas features, acesse o link do projeto e este link para fazer o build.
Quanto a interface, os dois são exatamente iguais. Diferenciam apenas na telemetria como na imagem abaixo:
Se interessou pelo programa? Deseja baixá-lo? Então clique neste link e desfrute de todo o suporte do VS Code e com maior privacidade.
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